terça-feira, 9 de junho de 2009

Fotógrafo do Noize leva prêmio no MPBeco

O integrante e fotógrafo do Coletivo Noize, Jomar Dantas, obteve um prêmio de destaque dentro da programação do MPBeco – Festival de Música Popular do Beco da Lama, em Natal, ocorrido há algumas semanas. O resultado foi divulgado na segunda-feira Em sua primeira tentativa em concursos, ele levou o caneco de melhor fotografia do evento, retratando o músico Silvério Pessoa. “Será que é sorte de principiante?”, brinca o fotógrafo. Silvério Pessoa já havia sido retratado outra vez pelas lentes do fotógrafo Jomar Dantas, durante a Cientec (Feira de Ciências da UFRN). O trabalho acabou rendendo a contracapa do livro Nômade, de autoria do próprio músico.

Segundo Jomar, que é fotógrafo há aproximadamente dois anos, a coisa toda começou com a cena de rock natalense, por meio de uma câmera compacta e muita disposição para fazer boas
fotos. Atualmente, ele realiza desde a cobertura de eventos da cena até fotos
promocionais das bandas envolvidas no segmento.

A seguir, acompanhe
um bate-papo com o fotógrafo do Noize.

ENTREVISTA: Jomar Dantas


Noize: Qual a foto que você inscreveu no MPBeco?

Jomar Dantas: Cada um poderia inscrever até três fotos. Eu inscrevi uma do primeiro dia e duas do terceiro dia do festival. Mas o curioso é que, quando eu fui pedir opiniões dos professores, um deles disse: “Homi, faça uma foto diferente porque todo mundo vai fazer dos shows. Faça alguma do ambiente do festival, tente viajar quando estiver lá”. Eu tentei e entreguei só uma que não foi de show, mas...

Noize: Você esperava um resultado como esse?

JD: Eu confesso que fiquei ansioso pelo resultado, ainda mais quando soube que tinha até fotógrafo com nível de premiação internacional, mas sabia que a foto estava boa – não é desmerecendo a dos outros participantes. Mas foi um concurso, né? Não ia ser eu o julgador, então fiquei só no aguardo.

Noize: Você fez algum curso de Fotografia ou é autodidata?

JD: O que pode ser considerado como curso são as disciplinas que eu paguei na faculdade,
“Fotografia Básica” e “Fotografia Publicitária”, do 2º e 4º período, respectivamente. Mas elas serviram mais para eu tirar dúvidas, pegar macetes e dicas de técnicas com os professores, Henrique José e Walmir Queiroz. Fora isso, eu leio artigos da Internet, revistas e livros. Gosto de estudar fotos e conversar com amigos sobre o assunto, sendo alguns deles os meus primeiro “professores”, tirando algumas das dúvidas que eu tinha. Eu me acho curioso, gosto de experimentar e ver como ficam os resultados, mas ainda preciso aprender muita coisa.

Noize: Qual o trabalho que você desempenha dentro do Coletivo Noize?

JD: Bom, o coletivo, como o nome já diz, é um grupo de pessoas que buscam e querem fazer algo a mais, seja para a cidade, para os rolés, para as bandas e/ou até mesmo para as pessoas. O Noize tem pouco tempo de vida, mas já conseguiu algumas coisas antes do tempo esperado. Como cada integrante tem uma função, não deixando de ajudar em outras, eu também tenho a minha. Faço as fotos dos rolés desenvolvidos tanto por nós quanto com parceiros. Alguns projetos de produção audiovisual estão em andamento nas reuniões do coletivo, como a produção de vídeos, artes e fotografia, cabendo a mim fazer essa última tarefa. A cobertura dos eventos são
feitas de maneira básica. Faço as fotos de “como estava o evento” e das bandas que se apresentaram.

Noize: Como é o cotidiano de um fotógrafo na cena de rock em Natal?

JD: Às vezes eu acho morgado. Falo isso quando acontece uma maratona de shows praticamente com as mesmas bandas e nos mesmos lugares. Fazer as fotos da mesma galera, com mesma
presença de palco (quando tem), morga. Mas quando temos shows com bandas nacionais e até internacionais a coisa muda. É só instigação. Aí da pra curtir o show e fazer as fotos (essa é a melhor parte). Já financeiramente não é rentável, pelos menos por enquanto (assim espero). Tenho que me organizar e começar a negociar as fotos com a galera (hehehe). Digo “eu” porque
antes tínhamos Nicolas Gomes, vulgo Nicbraw, que por sinal acho um cara que faz um trabalho foda, e Rafael Bessa, mais conhecido como Bilico, que faziam as fotos do rock também, mas os dois não moram mais aqui.

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