segunda-feira, 24 de agosto de 2009

[Resenha] Noites Fora do Eixo Natal - Primeiro Dia





Inaugurando a primeira sequência dos eventos que levam o nome de “Noites Fora do Eixo” em Natal – fato promovido pelo Coletivo Noize, ponto Fora do Eixo na capital
potiguar –, o primeiro dia começou meio tenso devido à ausência de comunicação tecnológica (leia-se torres de celular) entre a van que vinha trazendo de Fortaleza (CE) os grupos Malditas Ovelhas e Porcas Borboletas, mas eles acabaram chegando na hora.

Como banda inicial, o DRIVEOUT experimentou o Dosol com pouco público, que na verdade também não aumentou tanto ao longo do evento. De todo modo, o quinteto mandou ver no binômio melodia/gritaria que tanto marca esta geração mais ligada ao tal “Emotional
Hardcore”. Banda nova, com um excelente baterista, e que tem um futuro pela
frente, ao que tudo indica.

A seguir, o agora quinteto CALISTOGA
fez o de sempre: tocou alto demais – tanto que desta vez a voz de Dante quase
sumiu em certas passagens –, tocou algumas canções rápido demais (o baixista
Gustavo Rocha disse para o novo baterista Daniel maneirar na próxima vez!), entretanto sempre mostrando coesão ao tocarem as bombásticas “Silicon mind”, “Insecure” e “Blessed with a curse”, faixas presentes no recente EP Still normal. Finalizaram com o clássico
liga-tudo nos pedais de efeito e tome noise.

Depois, aqueles que esperavam mais um mero show do em voga Electro-rock
com o trio TRILOBIT, de Londrina (PR), se depararam com um show bem rock arena, com o trio fantasiado de roupas verdes que lembravam o personagem Roscharch, de Watchmen, e cada um deles com uma máscara diferente. Mandaram ver na mistura de bases e vozes sampleadas, xingaram o governo numa das vinhetas, mas mesmo assim tocaram a parte eletrônica – acoplada em um notebook, que coragem! – junto com guitarra, baixo e bateria, ou
seja, era quase “rock” semi-instrumental. O show rendeu até a hora em que o guitarrista partiu duas cordas de sua Fender Strato. O pequeno público estranhou e logo depois aceitou a proposta sonoro-pictórica do terceto paranaense.

Como penúltimos convidados da noite, apesar da demora em montar os instrumentos
(fato que precisa ser melhorado, seja qual for o tipo de banda), o quarteto paulista MALDITAS OVELHAS empunhou uma linha de salada sonora que misturava rock, ambient music, mpb, jazz e leve psicodelismo. No entanto, a banda achou simpatia na platéia, que assistia àquele cruzamento entre Gigante Animal com Hermeto Pascoal (ih, até rimou total...) de forma
educada e complacente. Os músicos mostraram desenvoltura ao trocarem de instrumentos mais de uma vez, com destaque para o cidadão que tomava conta do mini-moog, da escaleta e dos samplers. Foram interrompidos antes do previsto devido ao atraso no evento, mas mostraram eficiência na música-flutuante-semi-vanguardística-modernosa-instrumental-de-bermudas
(todos estavam assim).

Para finalizar, os mineiros (de Uberlândia) dos PORCAS BORBOLETAS causaram mais uma demora devido aos muitos instrumentos – a banda não avisou antes que tinha um integrante a mais, sendo um septeto –, o que causou certo desconforto pra se achar caminho para mais um microfone, mas deu tudo certo. Se o grupo anterior
já era uma mistura, este daqui veio com certo ar teatral – teve até bananeira do guitarrista! –, duas guitarras, um violão, baixo de seis cordas, teclados, percussão e um baterista que tocava de metrônomo (aquele aparelhinho para não sair do tempo). Com certeza, o grupo funciona em um teatro ou em um lugar menor. Ali pareciam meio deslocados, apesar do profissionalismo demonstrado, tocando de forma indubitavelmente sem erros. Talvez já por causa do adiantar
das horas, o público bem escasso tenha estranhado a proposta sonora dos
mineiros. Salientamos também o estilo bem à vontade do visual do pessoal de Uberlândia: o vocalista de casaco azul marinho, o baixista com visual de Lennon
fase Let it be, o percussionista com cara de turista das Bahamas, o tecladista com semblante de Los Hermanos, o baterista com fisionomia de administrador e um dos guitarristas que parecia ter saído de um clipe da Blitz (você ainda lembra deles?).

Ponto pela iniciativa, que contou com diversos patrocinadores (Haircult, IC Mármore,
Insane Needles), só que o público natalense, normalmente bem afeito às atrações de fora – e eram logo três! – e mesmo àquelas que nunca tenham tocado aqui, desta vez não compareceu em bom número.


Resenha por Alexandre Alves
Fotos Por Jomar Dantas

1 comentários:

ALONA LONDRINA disse...

Valeu pessoal !!!
Obrigado pela oportunidade, o Coletivo Alona esta de portas abertas a vcs tb.

19 de setembro de 2009 às 10:18