[Resenha] Festival Mundo - PB
Na cidade onde a lua cheia apareceu antes do Sol se pôr, os rockeiros que compareceram ao primeiro dia de festival presenciaram bons shows e a diversidade musical do Festival Mundo.
O clima de peso deixado pelas bandas anteriores, R.I.D e Soturnus ainda pairava sobre a “Usina Energisa” quando o Dissidium inicia sua apresentação, de cara com uma intro daquelas bem clássicas em show de metal e afins. O death metal apresentado pelo quarteto fez muita gente que estava próximo ao palco bater cabeça, o show foi principiado com o vocal se apresentado mascarado a La “Jason”, o que complicou um pouco o áudio do mesmo no início, logo ele a retirou e deu sequência ao som. Outro ponto não tão bacana ocorria em alguns momentos que o bumbo da batera matava um pouco o som da única guitarra da banda. Mas no fim das contas como já citado, a banda fez a moçada bater cabeça e curtir o som pesado, pra caracterizar o som dos caras me utilizo das palavras do próprio vocal “a vida é extrema, nossa música é extrema”.
Logo em seguida sobe ao palco a galera do Cerva Grátis, com eles a cerva é grátis mesmo, no meio do palco fica um isopor cheio de cerveja o qual os rapazes distribuíam cerva fazendo a alegria da galera. Mas essa alegria não vem só disso não, o rock dos caras é muito bom, a apresentação de ontem foi super redondinha, o baixista super instigado tinha uma excelente presença de palco. As músicas tratam dos temas alcoólicos desta vida (como diria o nome da banda), destaque ontem para “Fiquei com o Ovo Doendo” e “Cerveja é Bom no Bar”, esta última fez a galera cantar mesmo, e pra completar o set alguns covers que animaram mais ainda a galera. Resumindo, saldo super positivo para a apresentação dos caras, superaram minhas expectativas.
Dando continuidade ao festival, os conterrâneos deste portal, o Distro representou o rock potiguar. Com um set baseado no “Chocolate With Peppers” os papa-jerimuns destilaram logo como 2ª e 3ª músicas “Little Lion” e “My favorite Life”, tudo isso acompanhado da dancinha do Rafaum, que tocou instigadíssimo, e da galera lá embaixo acompanhando a dancinha. O show ainda teve direito a paraibano pedindo músicas dos trampos em português da banda, muito boa apresentação dos Distro boys. A única bronca foi a guitarra que teimava em desafinar, e exigia uma micro pausa entre as músicas, mas essa treta logo foi sanada pela criatividade do batera (tocando uns dances e afins) e do guitarra tirando uma onda com a galera.
Uma banda que tinham me falado muito bem em Natal, e já me gerou uma certa expectativa pra sacar o show era o The Baggios. No fim das contas os caras corresponderam e a todos os elogios que eu tinha escutado e superaram as expectativas que eu tinha. A banda sergipana é composta apenas por um guitarra e um batera, nesse dueto rola uma sintonia grande, que garante a boa execução do rock do caras. Pra suprir a falta do baixo, muita criatividade por parte da galera, onde por vezes o guitarra faz da guitarra um “baixo”. Destaque para a música “cosmopolita”. Agora é esperar o festival Dosol pra conferir de novo o rock destes caras.
Após os sergipanos, o lado rockeiro da noite muda um pouco, é hora das pick ups e pés descalços da galera do Sacal. Os caras fazem um rap misturado com ragga, com letras repletas de expressões do nosso cotidiano nordestino como: “vareite”, “eu cegue”, “e apoi”, entre outras. A banda tem um grande respaldo com o público, bastou o primeiro som rolar que foi um corre-corre danado de gente indo até o local em que ficava o palco. Assim que começou o show, também começaram os grafith´s em um dos muros. O que foi mais bonito de se ver no show dos caras era a participação do público cantando e dançando (break, ou só se balançando mesmo), todo mundo sabia todas as letras do Sacal, destaque para o refrão “Quem quer pegar busão lotado todo dia?” e para música “Eles vão querer me internar”. Pra encerrar da melhor maneira possível, todo mundo pediu bis, a produção autorizou os caras voltarem ao palco e aí sim a galera ficou satisfeita.
Após o Sacal, um grande lapso temporal para o Burro Morto preparar o palco, a demora foi em demasia mesmo. Esta banda também é bem conhecida da galera paraibana, com um som instrumental repleto de experimentalismo, os caras unem baixo, guitarra, batera, percussão e elementos eletrônicos, fazendo uma mistura bastante peculiar, e que agrada muita gente. Enquanto os caras piravam no palco muita gente literalmente piravam lá embaixo, os aplausos da galera eram fervorosos.
Para encerrar a noite, a atração internacional, os franceses Dj Nelson, Marko 93 e Eklips puxa de volta um clima mais rap, enquanto rolava a performance do DJ a galera ia fazendo seu grafith com luzes. Destaque da apresentação eram os recursos visuais, era um show pra se ver e ouvir, ficar de ouvido ligado no áudio e com os olhos focados no telão e no palco.
Dessa forma encerra-se a primeira noite do Festival Mundo, com um público bastante expressivo, creio que bem mais que 1000 cabeças, um lineup que superou as expectativas da galera com seus shows, no fim das contas fiquei de bobeira com os trampos apresentados naquele palco.
Por Shilton Roque
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