terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

GRITO ROCK NATAL 2010 - COMO FOI???


A largada foi dada em Natal para o múltiplo evento Grito Rock – que ocorre em inúmeras cidades da América do Sul no mês de fevereiro, uma espécie de congregação do cenário independente brasileiro na atualidade. Na Ribeira cada vez mais noctâmbula e quieta (as autoridades tem a obrigação de resolver logo a eterna revitalização do bairro), a Rua Chile já por volta das 10 horas apresentava um bom número de pessoas circulando pelo local, fato pouco comum aos consuetudinariamente atrasados natalenses de carteirinha. o evento começa com discotecagem, videos no telão e a otima exposição do Rodrigo Bonfim que chamou atenção de muitas pessoas, com suas colagens de otimo bom gosto, tava bunito. tambem contamos com a presença dos artistas Brunno Freire, Mona e o pessoal do 3R's, todo mundo mostrando seus produtos e artes de otima qualidade.


Rodrigo Bonfim

Brunno Freire

Mona

Ilana - 3R's


PRIMEIRO DIA

Distro/RN

Por volta das 11 e poucos, o quarteto DISTRO começa a passar o som e depois inicia o show, dessa vez trazendo canções mais antigas (“O pulo do gato”), mas ainda assim trazendo seu recente repertório cantado em inglês. O que a banda precisa é só ter um pouco de atenção a mais na agilidade entre uma canção e outra, que apesar de contar com o bom humor do vocalista/guitarrista Rafaum Costa, sempre tem uma afinação rolando. Mas nada que comprometa o power pop rock dos potiguares.


Nublado/PB

Na sequência veio o NUBLADO, convidados paraibanos que simbolizam uma nova geração de bandas que se arriscam na língua pátria, na simplicidade das melodias e acabam criando bons momentos na dupla de guitarras bem compartilhadas por Fabio Viana e Alberto Nanet. Riffs e refrões constroem canções redondas (“No ar”) e que parecem sugerir certo frescor juvenil à música do Nublado. Tocaram algumas faixas novas, mostrando entrosamento e mais desenvoltura no palco que das outras vezes que tocaram em Natal. O público respeitosamente observava e timidamente aplaudia.


Zefirina Bomba/PB

Depois apareceu um trio que vendia uma camiseta com os dizeres “é uma banda da Paraíba que usa um violão todo fudido e faz um barulho desgraçado”. Tratava-se dos também paraibanos ZEFIRINA BOMBA, que já mora em São Paulo há mais de cinco anos e está lançando seu segundo cd, chamado Nós só precisamos de 20 minutos pra rachar sua cabeça. Em pequena turnê pelo nordeste, o vocalista Ilsom precisa de muito pouco pra fazer muito barulho com seu violão de aparência vintage, acompanhado da dupla Edy (baixo) e Guga (bateria). Apresentaram faixas antigas, mas deram prioridade ao disco novo, exibindo clássicos da rapidez em curto espaço de tempo, como “Sopa” e “Cultura”, dentre as quase vinte composições que tocaram, contando com um público um pouco maior e chamando a atenção pela estranheza, já poucos tinham ouvido tanto barulho vindo de um violão distorcido, que passaria despercebido como uma guitarra. Antes de tocarem a saideira, o baixista Edy dedicou o show à fonte de energia dos pedais de Ilsom, que havia acabado de pifar, e emendaram uma faixa de Nevermind, do Nirvana, no violão distorcido!

Calistoga/RN

Em seguida, os cinco cavaleiros do apocalipse, aqui chamados de CALISTOGA, entraram pra fazer seu costumeiro show, misturando muito barulho, guitarras em profusão e a já esperada gritaria/cantoria por parte do agora apenas vocalista Dante Augusto. A qualidade de som nessa hora melhorou um bocado e até foi meio estranho o volume não estar tão alto quando a banda tocou faixas novas como “Silicon mind”, “Accepted crime” e “Feels so real”. Mais um show com a clássica finalização todos-os-pedais-ligados, e mais uma vez um bocado de gente na frente para ver a banda às duas da manhã. Poucas conseguem tal façanha.


Flaming Dogs/RN

Pra terminar, os FLAMING DOGS devem ter tocado (este escriba já não estava mais lá, infelizmente, pois iria deixar os zefs-bombs em casa) seu rock’n’roll envenenado para os nada incautos presentes no centro cultural Dosol. Grito Rock às 3 da manhã. É Noize.




SEGUNDO DIA

Fim de tarde quente de fevereiro, pouco mais de 90 pessoas compareceram ao Grito Rock Natal no segundo dia, os trabalhos iniciados as 18h com exposições, vídeos e a programação rockeira é iniciada com os the Automatics.


The Automatics/RN

Os trintões Automáticos abriram com um show mesclando músicas do mais recente trabalho da banda “In Contrast”, com anteriores, trazendo músicas antigas e já conhecidas do cenário rockeiro local, uma coisa que chamou a atenção foi que o show foi mais rápido que o normal, dando uma dinâmica mais forte (encarei como positivo), mas segundo o xinfroso Alexandre Alves, a culpa é do baterista, não tirou o mérito da banda mais inglesa que Natal tem, britpop dos bãos!!


Rejects/RN

Começando a engrossar o caldo sobem os também trintões do Rejects, todos sabemos que Marcelo é um cavalo na bateria, mas no Grito o rapaz tava com os punhos pesados e tocando na raiva como nunca, a banda ta com um show bem pesado, músicas de todos os eps lançados por eles e no fim uma ótima supresa, o cover do Mad Season com direito até as Harmônicas charmosas em “I Don´t Know Anything”, show bem redondo e pesaaaaaaaaaaaaado!!


Gandharva/PE

Entram em cena os pernambucanos do Gandharva, que vieram de Belém, Brasília e trouxeram seu rock muito bem executado do novo ep “Nine”, com pitadas bem rockeiras com um arzinho de anos 90 pra dar um grau, banda muito competente e que tem dois vocalistas que se revezam muito bem, desde a primeira aparição deles aqui em Natal, já tinham chamado minha atenção e dessa vez não foi diferente, belas canções como “The Road” carimbaram a banda como uma das boas pra esse ano, precisam só tocam em mais shows fora pra ganhar novos ares! Muito foda o show!


Velho de Cancer/RS

De Recife pro Rio Grande do Sul, chega o Velho de Câncer, power trio genuinamente punk com voz gritada na medida certa, lembrando alguns momentos , um bom Black Flag, Husker Dü e um pouquinho de Hot Water Music, banda massa com os caras mais sangue bom da noite, galera cantando as músicas e um show bem quente de acordo com a temperatura ambiente!!


Pumping Engines/RN

Pra fechar a noite e o Grito Rock natal, vem os mossoroenses do Pumping Engines, é rock pesado, gritado e sem frescura e assim foi até o fim do show, após chegarem dos Gritos Rocks das cidades de Maceió(AL) e Arapiraca(AL), os caras mandaram ver com suas músicas do ep “Ignition” e algumas novas, bom show dos garotos que estão pra gravar algo ainda no primeiro semestre. Perto das 23h e todo mundo cansado, mas com dever de casa feito da melhor forma possível, rock dos bons rolou nesse fim de semana! É Nooooooooooooooize!!



Resenha por
Alexandre Alves - primeiro dia
Rafael Costa - segundo dia
Fotos por
Jomar Dantas


O Coletivo Noize agradece a presença de todos.


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