domingo, 30 de agosto de 2009

[Resenha] Noites Fora do Eixo Natal - Segundo Dia


Domingo movimentado, de diversidade musical, no centro cultural Dosol marcando o segundo dia do Noites fora do Eixo Natal.

Com um atraso um pouco a mais que o esperado o The Automatics inicia sua apresentação, a qual pela primeira vez notei a mudança de formação. No baixo agora temos uma garota com seu jeito um tanto quanto peculiar de tocar. A banda tocou com competência seu indie rock com tempero britânico, show bem redondo mesmo. Viajei bastante no back vocal da penúltima música, no finzinho do show ainda rolou aqueles pedidos para tocarem “Everlost”, o que não aconteceu.

Em seguida sobem ao palco Os Bonnies, hora mais que adequada para chacoalhar o esqueleto ao som do rockabilly. A casa já estava cheia, com aproximadamente 200 cabeças, galera esta que cantava e dançava ao som dos rapazes. “É só voltar atrás”, “Óculos” , “Tomando café” entre outras (inclusive algumas só no instrumental) embalaram o baile e arrancaram aplausos e gritos da galera. Em suma, excelente apresentação, na gíria do rock “paguei pau”.

A terceira banda da noite é o Venice Under Water, estreando nova formação, com novo batera. Posso destacar no show a instiga do novo batera e do guitarra César, que deu bastante “presença” para o show da banda, ao meu ver, isso aumenta em muito a energia que rola em um show. No setlist, além dos trampos novos, reparei em músicas como “Rapture” do primeiro trabalho da banda. Mais uma boa apresentação para a noitada.

Enquanto o Som do Mato fazia as devidas arrumações, eu tentava tirar minha dúvida para saber como iria proceder a apresentação, se seria cada um separado ou tudo junto, a resposta foi o que realmente ocorreu, era tudo “junto e misturado e ao mesmo tempo separado”. Feita a devida preparação do palco o Macaco Bong começa seu show ao som de “Amendoim” mostrando que artista é igual pedreiro, arrancando aplausos e gritos da galera que já tomava conta de toda aquela parte próxima ao palco. O show dos caras é excelente, tanto é que a banda agora foi indicada ao VMB, música instrumental da melhor qualidade marca o trampo dos caras. A reação do público demonstrava o quão fora de série é o show da banda.

Logo após poucas músicas da banda serem executadas o Ebinho Cardoso, sobe ao palco fazendo participação e logo depois mostrando seu trabalho solo no baixo, detalhe que neste momento muita gente ficou ali beirando o palco para curiar a tecnologia usada pelo músico. Em seguida seu show ganha um tom de MPB e recebe no palco então Paulo Monarco se apresentando com um som na mesma linha daquele. E nesta sequência de música do mato e de diversidade dos sons quem toma a vez é o rapper Linha Dura, já com a presença de parte do Macaco Bong e do Dj Farinha no palco.

Nessa história toda, boa parte do público foi se dispersando do show, parece que a proposta dessa diversidade não agradou a grande maioria que ali estava, muitos por achar que a apresentação do Macaco Bong já tinha se encerrado deixaram o Dosol, realmente a coisa ficou bastante dispersa e o clima não foi mais o mesmo, creio que a ocasião foi a menos propícia para toda esta mistura. Ressalvada toda esta questão,voltemos aos shows. Após o rap, entra em cena agora a música eletrônica protagonizada pelo Rodrigo Farinha, que ao fim da apresentação afirmou estar feliz com o fato de ter apresentado seu trabalho em uma casa dedicada ao Rock. E após tudo isso, o Macaco Bong retorna ao palco destilando de cara “Noise James” (música com um excelente clipe) e músicas como “Bananas for you” para galera que ficou, entretanto não menos ávida pelo som dos caras, mais uma vez arrancando aplausos e gritos do público. Qualquer outro comentário que eu venha a fazer do som dos caras vai ser repetição do que já disse nesta e nas duas resenhas anteriores de show deles aqui (Festival Dosol, Lançamento do Distro e Vitrola).

E assim se encerrou a primeira edição do Noites Fora do Eixo Natal, num segundo dia onde um bom público compareceu (deixando de lado as velhas desculpas dominicais) e pude presenciar a mistura musical mais inusitada que creio já ter passado pelos palcos do Dosol.


Por Shilton Roque (Rock Potiguar)
Fotos de Jomar Dantas

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