quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eu Serei a Hiena: “Não descobrimos nossos limites”


Confira agora a entrevista com Wash Caffeine, baixista do Eu Serei a Hiena, feita pelo Hominis Canidae (que é o nome de uma das músicas da banda!). Entre os assuntos da conversa, que foi toda respondida por e-mail; VMB, o download de músicas e a expectativa para a primeira turnê pelo Nordeste. Confira abaixo:

Vocês esperavam toda essa receptividade com um projeto paralelo? Como foi participar do VMB, mesmo tocando um som “menos popular” como o instrumental?
Então, o Eu Serei a Hiena sempre foi um projeto descompromissado, sem muita obrigação e nenhuma pretensão de nada. Somos amigos há muitos anos! Tocamos em outras bandas juntos e resolvemos nos arriscar em ares desconhecidos como o jazz e o experimentalismo, no caso, que nunca teve nada a ver com o que a gente fazia antes nos outros projetos, de punk e hardcore. Uma banda minha e do Nino que chamava Nitrate kid já tinha tentado algo mais experimental, mas nosso guitarrista, Kiko Dinucci (que, diga-se de passagem, hoje é um dos maiores e mais inovadores violonistas do samba e musica popular brasileira) na época começou a pirar em outras sonoridades…

Essa receptividade por parte das pessoas ainda nos é estranho, parece que não cabe muito no nosso perfil de “banda de amigos”!

Até onde o Eu Serei a Hiena pode chegar? Já que todo mundo tem outra banda e etc..
Sonoramente ou como um grupo? Bom, acho que como grupo vai continuar como está. Não sei, não dá pra prever isso… Bandas acabam e bandas começam. Eu sei que somos amigos e já tivemos nossas rusgas, mas sempre tudo é resolvido e continuamos juntos. Pensamos musicalmente, socialmente e economicamente da mesma forma, então nos damos bem! Somos velhos, não temos ilusões com fama e riqueza, essas coisas caóticas. Então, acho que sempre vai ser assim, tocando por diversão!

Sonoramente dizendo, acho que ainda não descobrimos os nossos limites. Tem coisa pra vir ainda… Muita coisa!

Como vai ser o show em Recife e no resto do Nordeste? Vão tocar alguma coisa do primeiro EP ou apenas o segundo trabalho?!
Sim, vamos tocar de tudo um pouco; do primeiro, do segundo, alguns sons que gostamos e coisas que fazemos na hora mesmo!

Vou puxar um pouco pro meu lado, ja que tenho um blog de downloads. O que você acha do download de músicas pela net?! Vê problema nisso?!
Não, nunca vi problema nisso… Em primeiro lugar porque eu vivo baixando as coisas pela internet! Nem tenho direito de criticar, o primeiro culpado sou eu, e também pelo panorama independente que os downloads proporcionaram na musica moderna.

Todo mundo hoje, teoricamente, pode ter suas músicas ouvidas e cantadas por causa dos downloads; o único requisito hoje em dia pra ser bem quisto é fazer som de qualidade! Daí pronto, em alguns dias você vai estar sendo ouvido no “walkman” de alguém na Tailândia e isso é maravilhoso, se pensar que há apenas dez anos atrás isso era inviável! As únicas pessoas que não gostaram disso provavelmente foram essas mega-bandas que só sentam suas bundas na cadeira, esperam o dinheiro dos cds caírem na conta, não fazem mais shows e nem se esforçam pelas pessoas que os ouvem….

Pergunta incômoda, mas pediram pra eu perguntar. Pra você, qual a melhor banda dos integrantes da Hiena? Qual você curte mais?
Hum, difícil dizer mesmo! Todas têm o seu valor… O Fausto tem o Dance of Days, Good Intentions e o Inspire; o Nino tem m.a.c.e. e junto com o Junior tem o Discarga; e o Junior tem também o Ratos de Porão!

O Ratos é classico, é uma instituição, não tem como negar; mas o meu preferido é o Discarga, que faz um barulho muito bem feito, com colagens e pontes inusitadas, além de colocar pitadas de música nordestina, batidas de samba e levadas dub no meio disso… Criativo de verdade.

Como são feitas as parcerias do disco? As escolhas dos participantes como, por exemplo, o Maurício Takara da Hurtmold… Essas participações já rolaram ao vivo? E se sim, como foi?
Os parceiros sempre são amigos de som. Dependendo do som que fazemos, sentimos a necessidade de vocal, e geralmente já vem na mente uma voz que ficaria perfeita nela. Por sorte sempre que chamamos uma dessas pessoas pra participar, eles topam de primeira e isso é muito legal!

Ás vezes, mesmo nas instrumentais, sentimos a necessidade de inovação que não estamos ainda preparados pra executar… E aí entram os amigos, como M. Takara e Eulalia, que fazem mixagens muito legais. Tem o João Branco, num violoncelo muito oportuno, ou Ganjaman num teclado fundamental e assim vai rolando.

E sim, dificilmente rola deles participarem ao vivo. Mas quando rola, é animal!

Espaço aberto pra deixar alguma mensagem, chamar a galera pro show, falar o que voce quiser…
Pô, a mensagem que a gente sempre deixa é: OUÇA MUSICA! Ela muda vidas, faz milagres, cura doenças.

Queremos ver as pessoas por onde passarmos, isso é o melhor de tocar: conhecer as pessoas. Todo mundo que comparecer será muito bem-vindo. Espero que nosso show seja legal pra vocês!

Serviço:

Festival Dosol Música Contemporânea

Sexta (20/11/09) 19h

Casa da Ribeira (gratuito)

A Banda do Joseph Tourton (PE), Camarones Orquestra Guitarristica (RN) e Eu Serei a Hiena (SP)

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