sábado, 19 de dezembro de 2009

Fim do Reação Adversa e entrevista com Shilton Roque






Foi no último dia 13 em pleno Caosnatal, festival que já é clássico na Noiva do Sol que a banda de hardcore melódico Reação Adversa subiu ao palco pela última vez, "Essa Foi e Não mais será o Reação Adversa!" com essas palavras proferidas o show (curto por causa dos atrasos do festival, mas intenso) acabou e em meio de abraços os caras desceram do palco, dos cinco originais apenas dois estavam lá mas a energia era latente.

Depois de uma semana desse último show procuramos Shilton Roque para uma entrevista falando do Reação, projetos futuros e mais, segue então a entrevista:

Noize - E agora depois do fim do Reação, você pretende seguir com alguma outra banda ou investindo em produção de shows?

Shilton Roque - Os dois! (risos) não tem como abandonar essa vida de correria hardcore, muita coisa construí em torno deste cenário, produzir é muito bom, mas cantar
suas idéias é ainda melhor!
Sempre estou no meio dos rolés, não tem como abandonar, por exemplo, semana passada fui
ajudar e acompanhar dois lançamentos em João Pessoa, por pouco amanhã eu ia pra o show do Renegades lá, o Rossói Records tá saindo daqui pra janeiro, então muito do que eu faço está ligado a esta onda toda.




Noize - Você falou que tem 4 músicas gravadas e uma pela metade, vocês lançaram 2 e pretendem lançar tudo isso como EP, essas últimas faixas vão ser gravadas pela formação original ou haverá participações?

Shilton Roque - Vamos lançar tudo, quanto a conclusão vai ser a formação original mesmo: Madson, Wel, Jorge, Leo(Driveout), Jael(atual Driveout) e eu!
Desde o show do Mukeka Di Rato em Maceió a gente já considera Jael da formação oficial!


Noize - Essas música inéditas, já foram tocadas em show ou seria um material realmente novo?

Shilton Roque - Todas as três que faltam foram tocadas em show,por sinal a que falta gravar a gente toca desde 2007. (risos). chama-se "Em Algum Lugar"
as outra duas são "Sofista" e "Nada Além Da Vida".

Noize - Então é mais como uma prestação de contas com os fãs, certo?


Shilton Roque - Acho que a gente não tem fã, nem é nossa vibe esse tipo de coisa, acredito que todo mundo que curtia a banda sempre tinha um contato direto mesmo,
participativo e produtivo sem essas pagação. Mas tipo a idéia é essa mesma da pergunta,
meio que sair com tudo certinho e pá, outro fato é o de que seria um desperdício, coisas
já gravadas ficarem perdidas, além da vontade nossa mesmo de ver esses sons prontos.


Noize - me fala aí como foi o último show, vocês tocaram com uma formação diferente, como foi isso?

Shilton Roque - Um dos motivos do fim foi a divergência ideológica e a falta de vontade e instiga dentro da banda, então para que rolasse este último som foi necessário a ajuda dos nossos amigos Neto e Jael que tocam com o Leo no Driveout, se garantiram e em menos de dois ensaios pegaram tudo e tocaram com a idéia do reação, vestiram a camisa mesmo!
Quanto ao último show, foi do jeito que a gente queria, amigos e galera que curtia o som lá presente, cantando as músicas, polgando, cuspindo cerveja, fazendo lado a lado b, subindo no palco, participando e interagindo. Pra mim foi breve e intenso, lindeza!


Noize - Pretende fazer outro show assim? Chamando algum convidado pra tocar? Talvez o lançamento do ep?
Shilton Roque - Pretender não pretendemos não, mas tipo o futuro é sempre incerto, se rolar instiga quem sabe?
Mas a pretensão e a vontade hoje é inexistente, convites estão rolando, mas não é tão fácil. Creio que fim é fim, é que nem namoro, as vezes volta, as vezes não, as vezes só fica de novo uma vez e
pronto,mas tipo a idéia hoje em nossas mentes é de fim.
Meio contraditório né? Mas é isso, a gente é assim mesmo!

Noize - E o selo que você citou anteriormente, fala um pouco dele e a idéia.

Shilton Roque - Ao ver o sumiço de vários selos,e de forma contraposta a isso o aumento da venda de cds das bandas independentes, pensei que montar um selo juntamente com o Matheus Fura (Todos Contra Um) seria uma forma de ajudar as bandas e ajudar no fortalecimento e construção de um cenário hardcore,tipo com os contatos e amizades que a gente tem ajudar as bandas a circularem e espalharem seu material, a gente também pensa em conquistar
o mundo com o lançamento do mais novo split de Lairton dos Teclados e o José Orlando,
mas este é um plano bem mais audacioso.
Por fim, a atuação da Russói cumina também com a ampliação e fortalecimento do Coletivo Chuva Negra.

Noize - A idéia é lançar apenas bandas de hardcore ou vai expandir pra qualquer manifestação musical ligada ao rock?

Shilton Roque - A priore é hardcore mesmo cara, bandas de hardcore que vivam o hardcore que passem coisas sinceras, mas se pá mais na frente podemos pensar em ampliar agora uma coisa é certa: só rola de lançar manifestações e expressões musicais sinceras saca, nada forçado pra ser vendido como um produto ou coisas desse tipo, aquele nosso velho discurso de moleque chato metido no hardcore.

Noize - bem, acho que é isso mesmo, se quiser deixar alguma coisa como mensagem, está aberto o espaço:

Shilton Roque - Rapaz, nem sei ó, é tanta coisa pra dizer!
Não comam animaizinhos, cuidado com as doenças venéreas (é assim que se escreve?)
e continuem escutando hardcore, sangrando, sorrindo e tirando onda.
Bandas acabam mas idéias permanecem! muita coisa boa surge e se espalha, umas morrem e outras continuam... tudo na vida segue um certo ciclo. Quanto aos agradecimentos a gente vai fazendo cotidianamente e de modo espontâneo e sincero...se for colocar em uma entrevista, post ou cd sempre vai rolar uma injustiça... Então é isso!



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